O que é a Web3? Descomplicando o Conceito
Imagine a internet como um grande livro. Na sua primeira versão, a Web1, você podia apenas ler esse livro. Era estático, com pouca interação. Depois veio a Web2, e você passou a poder não só ler, mas também escrever e interagir. Pense nas redes sociais, blogs e plataformas de vídeo – você cria conteúdo, comenta, compartilha. No entanto, todo esse conteúdo e seus dados ficam sob o controle de grandes empresas, como Google, Facebook e Amazon. Elas são as donas dos servidores onde tudo está armazenado e, de certa forma, controlam o que você vê e faz.
A Web3, ou Web 3.0, é a próxima evolução desse livro. A grande diferença é que, agora, você não só lê e escreve, mas também é dono de uma parte do livro. Em vez de ter seus dados e conteúdo centralizados em servidores de grandes empresas, a Web3 propõe uma internet descentralizada, onde o controle e a propriedade são distribuídos entre os próprios usuários. Isso é possível graças a tecnologias como o blockchain, que permite registrar informações de forma segura e transparente, sem a necessidade de um intermediário central [1].
Em termos mais simples, a Web3 busca devolver o poder aos usuários, permitindo que eles tenham mais controle sobre seus dados, sua identidade e seus ativos digitais. É uma internet onde a confiança não é depositada em uma única entidade, mas sim em um sistema distribuído e verificável.
Os Pilares da Web3: Entendendo a Base
Para entender a Web3, é fundamental compreender alguns de seus pilares tecnológicos, que a tornam diferente das versões anteriores da internet. Vamos desmistificar alguns termos:
Blockchain: O Livro-Razão Distribuído
Imagine um livro-razão, como aqueles usados em contabilidade, onde todas as transações são registradas. Agora, imagine que esse livro não está em um único lugar, mas sim em milhares de computadores ao redor do mundo, e todos eles têm uma cópia idêntica. Essa é a ideia básica do blockchain. Cada 'página' desse livro é um 'bloco' de informações (transações, dados, etc.) que é criptograficamente ligado à página anterior, formando uma 'cadeia' (chain) de blocos [2].
Quando uma nova informação é adicionada, ela é verificada por vários computadores na rede e, uma vez validada, é adicionada a um novo bloco. Como todas as cópias do livro são atualizadas simultaneamente, é extremamente difícil (quase impossível) alterar uma informação depois que ela foi registrada, pois seria necessário alterar a informação em todas as cópias do livro ao mesmo tempo. Isso garante a segurança e a imutabilidade dos dados na Web3.
Descentralização: Poder para o Usuário
Na Web2, a maioria dos serviços que usamos (redes sociais, e-mail, armazenamento em nuvem) é controlada por uma única entidade central. Se essa entidade decide mudar as regras, censurar conteúdo ou até mesmo sair do ar, você não tem muito o que fazer. A descentralização na Web3 significa que não há um único ponto de controle. As aplicações e serviços são construídos em redes distribuídas, como o blockchain, onde o poder é compartilhado entre os participantes da rede.
Isso significa que, em vez de depender de uma empresa para garantir que seus dados estejam seguros ou que um serviço esteja funcionando, a própria rede de usuários garante isso. É como se, em vez de ter um único banco controlando seu dinheiro, você tivesse milhares de pessoas verificando e validando todas as transações, sem que ninguém tivesse controle total sobre o sistema. Isso aumenta a resiliência, a transparência e a resistência à censura [3].
Contratos Inteligentes: Acordos Autoexecutáveis
Contratos inteligentes são como acordos digitais que se autoexecutam quando certas condições são cumpridas. Pense em uma máquina de venda automática: você insere o dinheiro, seleciona o produto, e a máquina automaticamente entrega o produto. Não precisa de um vendedor para intermediar a transação. Da mesma forma, um contrato inteligente é um código de computador que roda em um blockchain e executa automaticamente os termos de um acordo quando as condições pré-definidas são atendidas. [4]
Por exemplo, um contrato inteligente pode ser programado para liberar um pagamento para um freelancer assim que o trabalho for entregue e verificado. Tudo isso acontece sem a necessidade de um advogado ou um banco para intermediar, tornando os processos mais rápidos, eficientes e transparentes.

Referências:
Fonte: Referência 1
Fonte: Referência 2
Fonte: Referência 3
Fonte: Referência 4